Esperanto, minha língua


CampanhaEsperanto, minha língua

 

No último congresso de Esperanto em Barra do Garças, tive a oportunidade de compartilhar com uma plateia, relativamente grande, o nosso Programa Mia Amiko, que agora tem pouco mais de um ano.

 

Um dos primeiros comentários que fiz sobre o nosso programa foi relativo a simbologia que propus de criar uma atividade buscando fazer um núcleo de amigos com o sentimento de defender os princípios democráticos de intercompreensão entre os diversos povos. O Esperanto é o nosso instrumento para isso.

 

Todos sabem que Esperanto é forma mais rápida de se atingir esse objetivo maior de democracia linguística. No entanto, sinto que os esperantistas, de uma forma geral, nem sempre têm esse compromisso maior com a língua que aprende. Sempre tratamos o Esperanto com uma segunda língua, a língua de todos ou, até mesmo, aproximando-se ao objetivo de posse, dizendo que é  a nossa língua. 

 

Na verdade, nunca havia visto uma pessoa dizer explicitamente que o Esperanto é a sua língua. Quando imediatamente, antes da minha palestra, a Úrsula Grattapaglia disse, em palestra, que aprendeu muitas línguas, mas ela, que tem o Esperanto como base familiar e de proposta de vida, disse claramente "O Esperanto é a minha língua". Eu havia assim conseguido um grande exemplo de alguém que disse em público, em alto e bom tom: "O Esperanto, é a minha língua".

 

Gente, vocês não sabem como isso é psicologicamente importante para uma pessoa dizer que o Esperanto é a sua língua! Há várias razões para isso, um esperantista normalmente não assume o Esperanto como sua língua realmente, pois tem sentimentos muito arraigados ao seu elo cultural e étnico. O Esperanto vai para um segundo plano e, nesse plano, não há prioridades para aprendizado e divulgação. Esse é um diagnóstico que faço da estagnação do movimento esperantista em relação à língua e o baixo nível de conhecimento dela que comumente vemos nos eventos. Mas isso tem melhorado.

 

Somente, a partir do momento que assumimos a posse do Esperanto é que realmente o vamos dominar plenamente. Até então, apenas esperamos que um grupo o adote, o promova, o divulgue e o ensine. E nós mesmos, ficamos descompromissadamente longe de fazermos algo por ele. 

 

Fechem os olhos profundamente, e pensem no seu Esperanto, daquela língua que você pode tomar posse, pois já é sua até mesmo antes de você a conhecê-la. Grite silenciosamente: "Esperanto, minha língua". Fique pensando nesse compromisso assumido de ter essa língua como sua, não só de ela lhe ser útil, mas de você ser útil a ela também. Depois de meditar, agora fale alto: "Esperanto, minha língua". Vai soar estranho, pois o mundo vai saber que você tem mais uma língua. Você está emitido um compromisso e associação com um ideal, do qual agora você faz parte. Quem não conseguir fazer isso, dificilmente será um esperantista e, principalmente, um conhecedor do idioma em si.

 

Só para mostrar como esse ato é importante e diferente, abro aqui um desafio a todos que aprendem outro idioma nacional, mesmo o conhecendo bem, possam emitir com sinceridade essa frase de posse. Por exemplo, um brasileiro nato, sem pais anglófonos, dizer "O inglês é minha língua!". Pensem sobre isso. Se ele falar isso para si mesmo mostra uma alienação complexa, mas não explícita, mas se falar alto, vai ser motivo de chacota de uma grande maioria. Nem mesmo, latim ou grego antigo, nos permite ter o mesmo sentimento que podemos sentir com o Esperanto. Naturalmente, que as pessoas vão te questionar: "Como assim, o Esperanto é seu?". Você terá a oportunidade de dizer que o Esperanto é delas também, pois é de todos e nasceu assim, pertencendo a todos, pois esse é o jeito do Esperanto.

 

Portanto, meus caros, vamos crescer o movimento... Vamos assumir o Esperanto por inteiro e a primeira possibilidade para isso é dizer: "Esperanto, minha língua". Assumam isso publicamente e o nosso movimento só vai crescer. A partir de hoje, colocarei como meu slogan no rodapé de minhas mensagens essa frase.

 

Abraços,

Adonis

 

.... Esperanto, minha língua!

Comentários

  1. Kara Adonis, surprize kaj kortuŝite mi legis vian supran artikolon kaj sentis min feliĉa ke almenaŭ unu en la salono komprenis mian deklaron, sinceran kaj plene konvinkitan. Eble tio okazis pro la fakto ke mi havas ja tri naciajn lingvojn en mia koro kaj menso, ĉar germane mi diris "Brot und Wasser", sekve mi en la itala lingvo instruis al niaj filoj "pane e aqua" kaj nun en Brazilo mi lernis "pão e agua", kaj tiam decidis ke mi identiĝas plene en "pano kaj akvo". Dankon al vi! Ursula

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  2. Tre bone, ke vi sxatas la lingvon. Gxi placxas ankaux al mi. Tamen mi ne diras tion al miaj konatoj, cxefe al kunlaborantoj. Certe ili kredas je mia kapablo labori kaj direkti. Sed rakonti ke iu estas esperantisto povas difekti cxion: la rilatoj kaj la altigxoj en ofico. Se iu titoligas sin kiel esperantisto, iu kreas sur si mem signon kies aliuloj ekvokas lin.

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